Por Sara R. Leal¹
Um dos primeiros a ser contratado pelo projeto CONSERV – lançado em outubro de 2020 pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), em parceria com o Woodwell Climate Research e com o EDF (Environmental Defense Fund) –, o produtor rural de Mato Grosso Carlos Roberto Simoneti decidiu investir o valor pago pela iniciativa em ações de combate a incêndios, como a compra de um caminhão pipa e a aquisição de curso para capacitar seus funcionários contra às queimadas, especialmente na época da seca.
“Já que estamos recebendo por prestar um serviço ao meio ambiente, sinto que preciso retribuir e devolver em atividades que conservem a natureza”, explica Simoneti.
Bom negócio
O CONSERV é resultado de três anos de estudo e de diálogo com produtores. O mecanismo privado e de adesão voluntária remunera financeiramente produtores rurais da Amazônia, que se comprometem a conservar a mata nativa em suas propriedades que, por lei, poderia ser derrubada.
De acordo com Simoneti, o CONSERV é o passo que faltava para iniciar, de fato, o pagamento por conservação de florestas no Brasil. “É um projeto transparente, honesto, e espero que surjam outros exemplos, podendo ser ampliados por todo o país”, destaca.
A primeira rodada de adesões, em 2020, obteve sete contratos de 30 meses, passíveis de renovação e que somam 6.500 hectares. Todos estão no município de Sapezal, localizado na região oeste de Mato Grosso.
Atualmente, a equipe técnica do CONSERV estuda outras áreas para o mecanismo operar. A previsão do IPAM é chegar a até 30 contratos em municípios pré-selecionados, englobando pelo menos 20 mil hectares.
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¹Jornalista e analista de Comunicação no IPAM, sara.pereira@ipam.org.br